segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Pequenas Fazendas, Grandes Ideais Ecológicos.

>Estavamos à procura de umas terras no agreste potiguar onde construiriamos uma casa com alpendre grande, baldrame alto e muito espaço para armar redes e um primeiro andar onde faria um escritório para escrever, pois meu sonho de criança desde que aprendi a ler aos três anos de idade e poucos meses era ser escritor e poder saciar a imaginação dos jovens e de pessoas de idade, onde nesta casa seria implantada uma escola para todos da região poder aprender a ler e escrever, pois várias decepções haviam me passado desde o último emprego em uma companhia de petróleo, onde injustamente eu fora demitido e buscava assim nova rota de vida, mais ecológica e ambientalista, deveras gratificante, pois, após muitos anos vendo a destruição causada pelos excessos de toda natureza contra a mãe Natureza, voltei-me ao ecológico ambiental.

>As terras eu iria comprar com o dinheiro adquirido com a venda de três lotes próximos à capital potiguar, comprados com o fruto do trabalho nessa companhia petrolífera, onde seu valor é mais elevado e com a possibilidade estimada de adquirir um “chão” de até uns 500 hectares de terra árida no agreste, porém com bastante água no subsolo, onde o lençol freático é rico e tem águas cristalinas numa profundidade razoável, onde, cavando-se um poço artesiano tipo amazonas, ou “cacimbão” como é conhecido na região, teríamos água em fartura franca.

>Decidido o local, empreendi a tarefa de cercar a propriedade, cavar o poço e iniciar uma construção humilde de uma casinha de pau a pique para termos inicialmente onde ficar, pois o sol era cáustico e escaldante, motivo que apressou-nos a concluir a cavação do poço.

>Feito a cerca eu providenciei um motor a gasolina que de pronto o convertemos a gás metano (CH4), visto que: havíamos acordado com alguns donos de limpa-fossas que despejassem a matéria orgânica em um biodigestor de lona plástica reciclável, onde os mesmos concordaram apesar da distância de quase 140 km da capital, pois isto evitaria multas com o meio-ambiente, providência tomada dias antes da construção do poço, pois sabíamos da necessidade de energia elétrica no local para auxiliar nossos trabalhos de pesquisas com a natureza, onde teríamos uma chocadeira, geladeira, estufas e outros apetrechos que viessem a nos auxiliar na implantação do que mais tarde, sem que soubesse, viria a ser a sede de uma das mais exuberantes fazendas ecológicas da região agreste potiguar, com mata atlântica recuperada, várias espécies de animais silvestres readaptadas ao nicho ecológico, etc. E, com o gerador elétrico gerando 380 Volts trifásicos com potência “exuberante” de 15 kVA e o cacimbão produzindo bastante, instalamos uma bomba sapo onde verificamos a produção de água em cerca de 2.500 litros por hora.

>Mas, minha maior preocupação seria minha aprovação no vestibular para Engª Florestal, visto que: estava com problemas no joelho direito após sério acidente de motocicleta e não houve uma devida e consistente consolidação do platô tibial do antímero direito e todo tempo disponível seria para tratamento fisioterápico no Hospital Universitário Ana Bezerra, na cidade de Santa Cruz, há uns 75 km da sede onde estávamos construindo o que seria o Hotel Fazenda Nova Lyon, portanto, estudando pouco, trabalhando muito com a cabeça e sem sucessos nas seções fisioterápicas e recebendo apenas um auxílio-doença do INSS, prestei vestibular para o que seria a minha futura e promissora carreira de Engenheiro Florestal.

>Passei ainda 10 anos na fazenda indo quase todos os dias à cidade de Macaíba cursar Engenharia Florestal, me formei e após ter implantando todo tipo de recurso disponível e mais 10 anos na França e, depois de ter realizado intervenções cirúrgicas de altos níveis de complexidade em Lyon, recursos obtidos pelo SUS via judicial, pois nunca sonhara um dia conhecer a França, muito menos ser operado pelo Dr. David Dejour e sua equipe médica composta pelos Doutores Pierre Chambat, Prof. Neyret, Michel e Roger, voltei com o joelho zerado, foram implantadas próteses de um material plástico orgânico para recompor as falhas no platô tibial comprometido, alguns cordões orgânicos reconstruíram alguns ligamentos e tendões também comprometidos ou totalmente destruídos, refizeram os meniscos e reconstruíram também a patela do antímero direito e passei seis meses em tratamento fisioterápico para restabelecer o tônus muscular do quadríceps da coxa direita, pois estava 4,5cm atrofiada em relação à esquerda, voltei à fazenda modelo, que já funcionava uma escola agrícola a todo vapor, tendo já decorridos vinte anos, duas gerações já haviam sucedido aos trabalhos de fundação do Hotel Fazenda Nova Lyon e vi coisas lindas, muito verde, havia sido construído um açude com grande capacidade de armazenamento d’água e uma verdadeira cidade se formara a seu redor, com ecoturismo ambiental, havia uma grande renda que seria distribuída aos moradores agregados à fazenda.

>A fazenda passou a ser conhecida, vários alunos, filhos dos moradores que iniciaram o projeto inter-relacionando aos sites do twiter, you tube e outros sites de relacionamentos, postaram fotos e filmes de animais habitantes das matas da fazenda, jaguatiricas, gatos do mato, preás, cutias, as capivaras (Hydrochoerus hydrochaeris) às margens do açude, vários pássaros silvestres, o coleirinha, o bigode, o papa-capim, sanhaçus, o indescritível caboclinho e seu assovio dócil e melódico, os galos de campina, tudo estava registrado nos sites da internet e eu pensava que nunca iria frutificar aquilo que seria uma pequena escola para lavradores aprenderem a ler...

>A Petrobrás soube dos trabalhos ecológicos na fazenda, através do seu setor de reflorestamento, criado há 10 anos após a guerra da Venezuela com o Brasil em 2012 que destruiu 80% da Amazônia venezuelana e brasileira, convidou-me assim para assumir um posto voltado ao ambientalísmo para tentar reconstruir o que seria a mata atlântica original da época do descobrimento, pois a iniciativa ecológica em 2029 estava valendo mais que o petróleo e a floresta amazônica já estavam sendo reconstituída por outro grupo de ambientalistas europeus, uma ONG contratada exclusivamente com este objetivo, visto que: com as descobertas de novas fontes de energias renováveis, a partir do hidrogênio obtido pela água e após terem descoberto que a camada de petróleo teria efeito de amortecedor para a terra, aboliram o uso do petróleo mundialmente e assuntos ecológicos formaram a nova visão da humanidade nos fins da segunda década do século XXI.